sexta-feira, 25 de março de 2011

A Alberto Caeiro


Sou descarado mesmo
Ao extremo de todas as possibilidades
Não me envergonho e nem faço de conta que não.

Gosto e demais, de monte,
Absurdamente.

Vejo uns outros fazerem o mesmo.
Eu não faço de conta que não conheço
E nem disfarço mascarando meus versos
E faço questão de que saibam que amo,
Que conheço e que quero ser igual.

Sou apaixonado, frenético, patético,
Desvairado e endoidecido.

Minha admiração é tanta
Que se não fosse cristão
Blasfemaria dizendo ser adoração.

É quase.

Às vezes até queria que ele fosse ele mesmo.
Mas não é.
É outro de um outro
Que gosto um pouco.

Mas não tão loucamente
Como o amo e ao seu pensamento
Que não é pensamento
Que é pura sensação.

Minha vida se tornou dele e minha mais ainda
Quando o presenteei.
E o que escrevo é para mim e para ele.
Somente isso.

Talvez se me lesse
Pensava ser eu um idiota.

Não há na história um poeta
Tão brilhoso,
Maravilhoso,
Simples,
Claro,
Objetivo,
Conciso e
Preciso
No saber o que é vida e o que é ser
Pois ser é olhar e sentir sem ter que interpretar ou pensar.



O mais precioso!
Choro tanto quando leio
Porque não preciso pensar
Só sentir.
Não é tristeza não
É só o que me ocorre diante de tanta beleza
Exposta sem o rebuscamento costumeiro
De linguagem poética.

Um choro honesto,
E estas lágrimas quando me saem dos olhos são diamantes
E sou o homem mais afortunado de todos.

Um manifesto,
De amor ao que foi me dado livremente
E tão claramente faz-me livre da solidão.
Que sei dele que sem saber me ensinou
Mesmo antes que eu existisse.

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