sábado, 26 de março de 2011

Não saia voando

Tenho medo de dizer-te
Qualquer coisa que seja,
Mas digo.

Tenho medo de olhar-te
Nos olhos diretamente,
Mas olho.

Tenho medo de abraçar-te
Com o carinho que sinto,
Mas abraço.

Sabes o que não temo?
A tua cor de pele
Que é a da mais rara flor.

A tulipa negra.

E sabes de que mais não tenho medo?
São duas asas brancas
Enormes que vejo em tuas costas.

Sei que não és anjo nenhum
Mas não entendo
Porque as vejo.

Sei que o medo
Não é de ti.
É de mim mesmo.

Ver-te sair voando
Em direção ao céu
E nunca mais voltar.

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