domingo, 15 de novembro de 2015

Dead at Bataclan Club

os dedos da morte são frios,
são duros!
os dedos da morte são secos.
são duros!

os dedos da morte não tocam
empurram!
os dedos da morte não encantam
condenam!

a ceifa
a colheita
o fio
o frio
o fim!

sábado, 19 de setembro de 2015

não me corrijam

não me corrijam erros de português
muito menos em minha poesia
que não quero que seja poesia.

mas se acharem que sou poeta
saiam da frente e não me corrijam!

eu tenho licença poética!

você

você?

não é um pronome do caso reto.
é uma segunda pessoa,
com certeza indireta.

tuas, melhor dizendo, suas ações
são sempre através de terceiros
mas do caso reto.

se você é uma pessoa?
não...
não, com certeza não

mas substitui uma
pelo nome
pronome
que poderia ser tu

ai sim tu te tornarias uma pessoa
não agindo como uma terceira
e não nos deixando a vossa mercê.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

labor ou ofício

se fosse poeta por ofício
escreveria ofícios e despachos
ou outra coisa que não precisasse escrever

se tivesse por labor ser poeta
com certeza faria versos
livres de qualquer compromisso

eu e eles!
RELENDO em 14 de outubro de 2015

se fosse poeta por ofício
escreveria ofícios e despachos
ou outra coisa que não precisasse escrever

se tivesse por labor ser poeta
com certeza faria versos livres 
de qualquer compromisso,
tanto eu quanto eles!

domingo, 9 de agosto de 2015

o verso em mente

meus versos não são realmente versos,
não passam de um disfarce para a tristeza,
a melancolia e a morbidez travestidas em palavras
meticulosamente colocadas e arranjadas
desejando que pensem ser eu tranquilo, eu sábio
mas bem sei que tais versos
são só o meu pensamento organizado
em arremedos de compreensão daquele eu
que mal vejo e que esqueço dentro de mim
que poucas vezes dou atenção,
que por raras vezes ouço