Ela abre a porta e adentra o quarto escuro
Segurando apenas um toco de uma vela acesa por entre os dedos
A menina prostra-se diante de sua janela
Descansa a vela no parapeito, abre a janela...
Um forte vento apaga a luz da vela
E traz junto dele a luz intensa de um sol
O sol de uma manhã de dezembro
O ar úmido e o verde intenso do pasto
Diante de seu quarto, de sua janela
Ela vê...
Um cavalo branco
Um cavalo negro
O branco cabisbaixo
E como se fosse um negativo
O negro robusto, alegre e de boa aparência
A menina se faz duas dela mesma
De duas partes diferentes como os dois animais
Uma delas permanece apreciando a vista
A outra encosta metade da janela
Uma quer a luz do sol
Enquanto a outra quer a escuridão
Com a parca luz do resto de vela
Uma quer ver o verde, o negro, o branco, o azul
A outra não quer ver, quer só ouvir
Sua nova preferida canção
“Half Jill and half Jack”, é esse o refrão
Que cambaleia em um seu ouvido
E um relinchar do corcel negro no outro ouvido seu
“Run Jack, see Jack”
O vento forte abre a metade da janela
E o desejo da outra metade dela extingue a luz...
Já era a luz da vela!
O relinchar do corcel abafa o refrão
Um olho dela se fecha para não ver a luz
Um outro olho seu mantém-se aberto
A cuidar da tristeza do animal branco
Talvez batize a ela: Jill
E ao corcel: Jack
E cante para eles uma nova canção:
“Half big
Half ill
How Black
Is Jack
How evil
Is Jill
They are me
And they are mine
Half white
Half black
Run Jill
To the vine
Hide from Jack
When it is on time”
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