"(...)
Não entendo nem compartilho essas
alegrias, embora estejam ao meu alcance, pelas quais milhares de outros tanto
anseiam. Por outro lado, o que se passa comigo nos meus raros momentos de
júbilo, aquilo que para mim é felicidade e vida e êxtase e exaltação, procura-o
o mundo em geral nas obras de ficção; na vida parece-lhe absurdo. E, de fato,
se o mundo tem razão, se essa música dos cafés, essas diversões em massa e
esses tipos americanizados que se satisfazem com tão pouco têm razão, então
estou errado, estou louco. Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo
tantas vezes — aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem alegria nem
alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível.
(...)"
em O Lobo da Estepe de Hermann Hesse
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