Rotina
Na superficialidade cotidiana
Dos cordiais 'bom dias', 'bom descanso'
Eu muito manso, quieto...
Descobri uma moça.
Que me fez deixar de lado
O olhar obsceno, do desejo pequeno
Aprendi o olhar simples
Que não traz desejo, angústia
Olho-a, rezo-a
''Te tenho uma reza"
Sempre digo a ela!
Ladainha dentro do pulso
Sinto e ressinto, mas não engano,
Não minto, só omito!
Ah o tal amigo do Joaquim...
Não sou eu, e de quem falo é moça
Que me espreme e força
A não querer mais do que devo
A rotina, desse Joaquim, parece banal
A minha um conforto
Absorto na graça austera,
Complicação sincera,
Pensamento célere
Vê-la na surpresa da imprevisibilidade
De sua cotidiana elegância,
Alternância...
Um dia lentes
Noutro óculos
A moça, vejo todo dia
Dia a dia,
E a cada um que passa
O outro pra trás...
Que bem poderiam ser
Seus passos em minha direção
Vindo entregar-me uma carta
Dizendo...
Ah! nem é preciso dizer...
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