terça-feira, 16 de agosto de 2011

Espuma do mar

Zeus, que susto!

Um homem robusto
Que a acompanha,
Ao sair desta água que parte
E parte dela salgada
Por meu desgosto
Em vê-la acompanhada

Antes fosse saída como Afrodite
Dos colhões de outro deus arrancados
Jogados ao mar, e de espumado
Saiu-lhe A deusa.

Vil desejo...
Sei que passa
Tanto ele; desejo, quanto ela
Onda que vejo, quero e desisto.

E este encanto foi como
A própria de onde saiu
Bateu a beira e voltou atrás
Espumou intensa e dissolveu-se

E eu,
Como "o tolo do Orfeu" *...
Dane-se ela, pseudo-Afrodite
Afogo-me mesmo
No encanto da minha Eurídce
Que é o rio que passa constante
De infinitas curvas...
Que tanto faz se insinuantes ou não.


* parte de um verso do poema Sem Lenda de Flá Perez

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